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Cassiane Vilvert em CEO e Liderança, Comportamento, Comunicação Interna

Encontros geracionais: como a comunicação interna deve atuar nesse novo contexto?

A relação dos Millennials com o mercado de trabalho é um assunto que ainda rende muitas discussões, ao mesmo tempo em que a Geração Z chega reivindicando espaço e começa a pensar sobre carreira profissional este ano.  Em meio a esse movimento, as organizações estão percebendo que precisam repensar seus modelos de gestão e trazer alternativas para acolher e conversar com essas pessoas que já são (ou serão) a nova força de trabalho, enquanto seu quadro de empregados começa a ficar cada vez mais diversificado, composto por diversas gerações.

Sem dúvida, o grande desafio das empresas atualmente é promover engajamento independente dos encontros geracionais – e dos atritos que podem surgir dessa mistura de pessoas, que encontram-se em diferentes níveis na carreira profissional e se relacionam de maneira distinta com as tecnologias no ambiente de trabalho.

Para conquistar o alinhamento e aderência necessários nos projetos e processos internos da organização, é fundamental que as empresas saibam conversar com seus empregados. O tempo de uma comunicação interna unilateral passou. Hoje, para lidar com os encontros geracionais é fundamental que a comunicação das empresas seja feita da forma mais horizontal possível, sabendo adequar a linguagem para cada geração e as plataformas que cada uma delas tem mais familiaridade.

Para saber como se comunicar com cada um, é essencial conhecer quem compõe o mercado de trabalho atualmente e entender melhor suas aspirações e expectativas:

Quem é quem?

Atualmente vivenciamos o encontro de 4 gerações completamente distintas no ambiente de trabalho:

Baby Boomers

Nascidos após Segunda Guerra Mundial, as pessoas dessa geração estão na faixa de idade entre 60 e 65 anos. Pela cultura em que foram criados veem grande importância no trabalho, que proporciona segurança e estabilidade. Para os baby boomers o tempo de trabalho é proporcional ao sucesso, que se traduz em cargos de alta liderança e remuneração. Nessa geração histórias de “fazer carreira” em organizações são mais comuns.

 

Geração X

Têm entre 35 e 50 anos e também almejam a estabilidade desejada pelos baby boomers, só que de uma forma mais rápida. Isso fez com que o “tempo de casa” em uma empresa passasse a contar menos para conseguir o melhor cargo, melhor bônus e o melhor salário. Porém, para conseguir isso, o tempo passado em casa também diminuiu. Isso quer dizer que a geração X iniciou a cultura de trabalhar até mais tarde, fazer  happy hour com o pessoal do trabalho e ir além do expediente. Nessa geração é comum ver que as pessoas se entregaram ao trabalho além do seu horário para conseguir as mesmas posições que os baby boomers.

Geração Y

Têm idade entre entre 25 e 35 anos e são pessoas que entraram no mercado de trabalho com outras ambições. A meta principal não é necessariamente ganhar dinheiro, e os atributos financeiros estão longe de ser o aspecto mais importante em uma decisão de trabalho. Conhecimento, desenvolvimento e a valorização de viver uma experiência são as características dessa geração, que tem foco na jornada e é um pouco mais idealista do que as anteriores. Os Y podem não ter a experiência profissional da geração X ou dos Baby Bommers mas querem ser respeitados como empregados e buscam sentido e propósito em seu trabalho.

Geração Z

A geração Z abrange os jovens de hoje que nasceram a partir dos anos 2000. Depois do esforço para compreender os Millennilas, pesquisadores vem voltando a sua atenção para essa parcela da população, que em 2020 talvez estará ocupando 20% da força de trabalho. Os mais velhos da geração Z completam 17 anos em 2017, e começarão a busca por estágios, intercâmbios, trabalhos voluntários e etc. Mas, segundo pesquisas, ainda não escolheram qual área ou carreira vão seguir. O que sabemos até agora é que essa geração tende a ser mais mais positiva, aberta à colaboração e propensa a engajar-se em projetos alternativos, ao invés de perseguir um posto tradicional de trabalho. Além disso, eles serão ainda mais críticos e digitais.

Que língua falar na comunicação interna?

Depois de conhecer o misto de gerações que compõe o mercado e as empresas hoje, surge a necessidade de pensar na integração do todo. Como comunicar de maneira clara e objetiva para públicos tão diferentes que estão reunidos em um mesmo ambiente de trabalho e precisam cooperar, afinados para o sucesso da organização?

A resposta está na linguagem. Criar iniciativas e promover ações de endomarketing, por exemplo, podem ajudam a fidelizar os colaboradores como clientes internos. Ações de valorização promovidas pela área de RH também podem ajudar no engajamento. Porém, só a comunicação interna aliada à linguagem correta e o tom adequado irão passar a sensação de pertencimento necessária para cada geração, gerando credibilidade na empresa perante seus empregados e uma comunicação assertiva.

Perceber as camadas que compõe a organização, traçando perfis e identificando as gerações que estão trabalhando nela é fundamental para que a comunicação interna seja feita de forma adequada e para que seja processada pelos colaboradores com facilidade, independente de suas faixas etárias – e sem esquecer de alinhar o discurso com a prática da empresa.

Para atender as necessidades de cada geração é necessário olhar com atenção caso a caso. Neste ponto, a comunicação interna ganha outra complexidade. Para evitar problemas e conflitos é essencial que as organizações contemplem as diferenças e a heterogeneidade do seu quadro de empregados na hora de pensar a comunicação interna.

Levar em conta as diferenças das gerações e atender as suas necessidades e expectativas – principalmente quando tratamos dos Millennials e da Geração Z – é a chave. Ser fluente em mais de uma linguagem e aceitar que a comunicação deve ser cada vez mais transparente, multiplataforma e veloz é o diferencial na hora de dialogar com todos que estão envolvidos nos processos.

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