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SocialBase em CEO e Liderança

O futuro da comunicação para dentro

Por: Analisa de Medeiros Brum

A comunicação empresarial vive, neste momento, uma série de desafios diante de stakeholders cada vez mais exigentes e de um mercado no qual a grandeza de uma marca e a sua reputação podem fazer toda a diferença.

Dentro desse contexto, acredito que um desses grandes desafios, talvez o maior, seja a comunicação com o público interno.

A verdade é que tenho me perguntado se ainda podemos usar as expressões comunicação interna e público interno, pois nesse mundo de redes sociais já não existem fronteiras entre o interno e o externo, especialmente no ambiente empresarial.

Antes, era comum ouvirmos que o “boca a boca” era mais eficiente que qualquer processo de comunicação implantado e mantido por uma empresa. Hoje, o que temos ouvido é que o “mouse a mouse” é imbatível no que se refere à disseminação da informação.

A verdade é que estamos diante de algo que é muito maior que a revolução digital. Estamos diante de uma revolução humana.

O comportamento corporativo, como conhecíamos, não existe mais, principalmente depois da entrada das gerações Y e Z nas empresas. Isso determinou um novo público interno cético e exigente que quer saber mais (a informação que recebe nunca é suficiente), que não aceita grandes narrativas, que anseia por reconhecimento e que prefere o lúdico ao funcional.

Além disso, é um público mega informado, que possui a emoção “à flor da pele” e que apresenta grande capacidade de distração, o que gera uma série de problemas para as empresas, que, na sua totalidade, buscam maiores índices de produtividade, melhores níveis de qualidade e melhoria do atendimento ao público.

Isso significa que o processo da informação no ambiente corporativo que, antes, podia ser comparado a um boliche – a empresa atirava a bola e ficava esperando para ver em quem iria acertar -, hoje precisa ser como um fliperama: ágil, flexível e interativo.

Mais do que isso, as pessoas não se motivam mais apenas com salario, benefícios e incentivos. Elas querem trabalhar para empresas que representem grandes causas, querem encontrar significado naquilo que fazem.

Esse novo perfil de público interno está fazendo com que as empresas precisem trabalhar as suas marcas como empregadoras. As empresas estão começando a se preocupar com o employer branding, como é chamada a conexão da marca para o consumidor com a marca para o público interno, cujo objetivo é contribuir com a atração, o engajamento e a retenção de empregados.

Esses são os três grandes objetivos da comunicação interna bem feita: atrair, engajar e reter, ou seja, estar presente em todos os momentos de vida do empregado, do momento em que ele decide trabalhar na empresa até o momento em que se desliga dela.

Afinal, estamos saindo de uma era de vínculos estáveis para a era do “ficar”, na qual a fidelidade a uma empresa/marca, seja por parte do empregado ou do consumidor, parece ser algo que faz parte de um passado distante.

As empresas precisam, portanto, investir cada vez mais em conteúdos capazes de engajar o público interno, pois o engajamento se tornou muito mais importante que a motivação. As empresas precisam, também, trabalhar suas lideranças para que assumam o papel estratégico que possuem no processo da informação, conscientizando-as de que o público interno é formador de opinião por excelência.

Isso nos faz lembrar que não é a marca que está a serviço da empresa, e sim, a empresa que está a serviço da marca.

Portanto, não há outro caminho para a comunicação empresarial que não seja estabelecer uma total coerência entre o interno e o externo, levando em consideração que não existem mais fronteiras entre um e outro.

Mais do que isso, é preciso lembrar que esse é um caminho sem volta e que o futuro exigirá cada vez mais: transparência, que é a essência de todo o processo; qualidade, rapidez e flexibilidade, porque os públicos interno e externo estão cada vez mais exigentes; e afeto, pois ao mesmo tempo vivemos a era da emoção e da espiritualidade.

Post original: O futuro da comunicação para dentro

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