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Social Business: por uma sociedade melhor

Todos os dias nos deparamos com inúmeras situações que nos “afirmam” haver mudança no mundo, no mercado de trabalho, na sociedade civil e na agenda política. Mas você já parou para analisar se elas realmente estão ocorrendo? Como elas podem impactar o seu dia a dia? Como e quando a alteração de um conceito empresarial pode afetar de maneira direta sua vida?

Talvez nenhuma dessas indagações tenha passado pela sua cabeça, devido a sua rotina. Todavia, é preciso “olhar” o entorno. Perceber os impactos causados por você como pessoa ou empresa e avaliar as mudanças que estão ocorrendo a sua volta. Elas podem estar o beneficiando.

Algumas iniciativas públicas como o acesso à informação, a renda, a educação e a moradia promovem mudanças em grande ou pequena escala, além disso,  há projetos privados atuantes na ampliação destas políticas. Eles promovem de maneira progressiva as possibilidades de pessoas de baixo poder aquisitivo com incentivos que supram essas necessidades. São os Negócios Sociais ou Social Business.

Segundo o economista e Nobel da Paz criador do Social Business, Muhammad Yunus, um negócio social é uma empresa sem dividendos, projetada a atingir um objetivo social dentro de sua área de atuação. Diferentemente de um negócio tradicional, uma empresa social não visa o lucro como fato motivador, mas sim os impactos socioambientais causados por ela onde está inserida. Todo o lucro gerado pela empresa é revertido para ampliar o alcance de suas ações, a melhoria do produto ou serviço que vise o benefício de todos.

Brasil Social

No Brasil há várias iniciativas que vão ao encontro do cerne do Social Business. É o caso da Policlínica Granato, no Rio de Janeiro. Atuando desde 2008, a clínica oferece inúmeros serviços de saúde, desde consulta a exames de complexidade por um preço acessível às classes C, D e E. Segundo o sócio-administrador Paulo Granato, o foco é o público que não possui plano de saúde – cerca de 70% da população brasileira.

A iniciativa surgiu devido ao vácuo deixado pelo serviço público, que não supre o atendimento demandado e acaba desassistindo uma grande parcela da população. “É muito evidente essa falta de atendimento. Os pacientes não conseguem fazer determinados exames ou não conseguem atendimento médico porque faltam recursos, humano às vezes, às vezes médico, às vezes material. Na maioria das vezes falta dinheiro mesmo. É muito evidente essa brecha que o SUS deixa”, afirmou Granato em entrevista ao site Brasil27.

A policlínica é um dos vários exemplos de negócios sociais aplicados no Brasil. Há casos como “A Banca”, que vem desenvolvendo o conceito de negócio social muito antes do termo entrar na pauta empresarial e midiática.

Linhas de entendimento

A visão central do Social Business, para seu criador Yunus, é a distribuição dos lucros gerados pela organização devem ser totalmente reinvestidos na empresa e destinados ao benefício social. Na concepção do economista os investidores ao aplicar em um negócio social se reservam ao direito de recuperar o capital investido, sem direito ao lucro ou dividendos.

Outra linha, mais ampla, é defendida por  Stuart Hart e Michael Chu, professores estudiosos do tema das Universidades de Cornell e Harvard, nos EUA. Para eles, de acordo com o Sebrae a distribuição “possibilita atrair mais investidores e permite a criação de novos negócios na velocidade necessária para superar os desafios sociais existentes no mundo”.

Negócios Tradicionais X Negócios Sociais

Negócios Tradicionais Negócios Sociais
Os impactos Partem do conceito do economista Milton Friedman, segundo o qual a única função social da empresa é gerar lucro para seus acionistas. São empreendimentos que visam ser rentáveis e lucrativos, mas gerando impacto social e contribuindo para redução da pobreza.
Os investidores Não levam em conta o impacto social. O foco é o modelo de negócio no qual maximize a sua rentabilidade. O impacto social é importante na hora de escolher o projeto a ser financiado.
O público-alvo Classes A, B e C. Nos últimos anos, a classe C tem sido um grande filão de mercado por conta do número de pessoas e do poder de consumo. As faixas de renda mais baixas, também chamadas de base da pirâmide. Além da classe C-, as classes D e E.
As áreas de atuação As startups brasileiras, em sua grande maioria, estão voltadas para produtos e serviços na área de tecnologia. São poucos negócios sociais atuando no Brasil com tecnologias e comunicação (12% da amostra).

Quadro comparativo – Sebrae

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