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França em CEO e Liderança

Uma a cada seis empresas não possui canais formais de comunicação

Uma pesquisa realizada pela SocialBase, com 118 profissionais entre junho de 2013 e janeiro de 2014, apontou que as empresas estão muito aquém quando o assunto é comunicação interna.

Segundo os profissionais, 35% das empresas não possuem um setor ou pessoa responsável pela comunicação. Outros dados comprovam a necessidade de uma reciclagem ou aprimoramento das práticas de comunicação nas organizações.

A transparência na informação é apontada como um dos principais problemas nas organizações, 75% dos entrevistados salientam não conseguirem localizar dados claros sobre políticas e processos da empresas.

Para Julia Laitano, CEO da JoinTI, a falta de clareza e transparência da comunicação infere em diversos contratempos. “A má comunicação impacta negativamente as diversas esferas organizacionais. Se configura como a raiz de um problema que se ramifica em outros. Enfraquecendo a cultura e dificultando a formação da identidade organizacional. Muitas vezes a alta gestão não consegue transmitir para as demais áreas qual sua visão, missão e valores”, completa ela.

Outro ponto é a falta de incentivo à inovação. Apenas 36% declaram ser informados e participar ativamente dos processos. Por outro lado, 36% frisam que apenas alguns setores têm esse “direito”, enquanto 28% acentuam não terem conhecimento sobre o andamento de projetos de inovação.

Para Fernando Gimenez, Prof. da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e Coordenador de Empreendedorismo e Incubação de Empresas da Agência de Inovação da UFPR, é importante haver a participação de todos na concepção e implementação de processos ou produtos inovadores. “Caso isso não ocorra, o principal prejuízo que pode surgir é a possibilidade de resistências à implantação das mudanças que surgem em qualquer processo inovador. Essas resistências podem levar a demoras na implantação acarretando menor eficiência e maiores custos às empresas. A resistência às mudanças causadas por inovação quase sempre surgem devido ao desconhecimento das pessoas sobre suas vantagens e benefícios, bem como por medo ou insegurança sobre os efeitos que as mudanças terão sobre as rotinas de trabalho”, complementa Gimenez.

Ferramentas de Comunicação

16% dos entrevistados destacam não haver na empresa nenhum canal para a divulgação das informações aos colaboradores. Por outro lado, 49% pontuam haver mais de uma ferramenta. Outros números indicam: 6% das empresas usam apenas intranet; 2% TV corporativa; 18% jornal/mural e 9% newsletter.

No entanto, embora haja iniciativas, 68% pontuam não receber as informações de forma precisa. Elas chegam, segundo os profissionais, distintas da original e de forma indireta, com muitos ruídos. 9% relatam não conseguirem identificar a fonte originária da informação.

Digitais

De acordo com estudo da Oxford Economics, realizada em 2014, as gerações Y e Millenium, também chamados de nativos digitais, chegaram ao mercado e as empresas não estão preparadas para recebê-los.  Esse dados refletem na pesquisa, ao assinalar que 47% das empresas não permitem a modalidade home-office em sua estrutura e as outras 53% não possuem, além do email,  instrumentos de comunicação e controle com esses profissionais.

Essa demanda torna-se preocupante ao passo que é enfatizado por 50% dos profissionais o uso de variadas ferramentas digitais não oficiais (Facebook; Linkedin; Google; entre outras) para a comunicação. Na outra metade, 35% afirmam não haver ferramentas de interação digital e apenas 15% dizem trabalhar com ferramentas oficiais de comunicação e gerenciamento de arquivos.

Para Jacob Morgan, CEO da Chess Media Group,  as empresas precisam encarar a necessidade de uma mudança de mentalidade. “Existem empresas que fazem as mesmas coisas, da mesma maneira, há décadas. Elas estão presas a métodos, processos e políticas que até podem ter dado certo no passado, mas que já não são mais adequados. As companhias têm uma enorme dificuldade em entender e acompanhar as mudanças”. afirmou Morgan em entrevista ao Valor

Para ele, é preciso às organizações entender que precisam mudar e acima de tudo agir sobre isso. “Com as possibilidades e alternativas que temos hoje, as empresas podem fazer muita coisa nesse sentido que não podiam alguns anos atrás. Além da tecnologia, que abre diferentes canais de comunicação e derruba barreiras entre chefes e colaboradores, temos uma grande quantidade de pesquisas e estudos sobre o assunto, além de novas ferramentas, técnicas e métodos. O problema é que algumas empresas não acreditam, não se importam ou não enxergam isso como prioridade. Se não fizerem nada, porém, os melhores não vão querer trabalhar para elas.” complementa Morgan.

Pesquisa

A pesquisa foi realizada por meio digital com 118 profissionais de diversas áreas de atuação entre junho de 2014 e janeiro de 2015. Infográfico aqui.

 

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